Você é minha eterna despedida

Quantas outras vezes este drama já se desenrolou nesta sala vazia de cinema? Contei, ao teu lado, pelo menos uma centena delas. E, em cada uma, deixamos o escuro com os olhos embaçados e um nó na garganta.

Uma insistência mútua em testemunhar os mesmos personagens repetindo os mesmos erros, reencenando os mesmos beijos, sentindo os mesmos medos; ansiando por um desfecho diferente daquele escrito uma década atrás.

A história de despedidas de quem nunca parte de verdade. Mas, a cada projeção, uma parte de nós se inflama, queima, arde e sucumbe. E este incêndio já consome quase toda a floresta do que restou de nós.

Teu amor só se faz presente na minha ausência. Que outra década nos ensine que a esquecer tal qual aprendemos a ficar; que este filme falido encerre suas exibições. O rio dos teus olhos apagarão as chamas do meu lado da cama. Seremos, tão somente, o nosso “e se” favorito.

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