Antes de tudo existir, havia nós. Sem partículas, átomos ou elétrons, apenas a essência imaterial de nosso amor, divindades no vazio da existência. Em um encontro cósmico, amamos com tal fervor que do nosso êxtase irrompeu o esplendoroso Big Bang. Da densidade incandescente de nossa união, nasceu o cosmos.
Desde então, somos prisioneiros da matéria, cativos da saudade na busca eterna pela completude que habita apenas um no outro. Em cada nova encarnação, teu corpo celeste seduz a minha essência, tal como a lua é provocada pela Terra com seu poder gravitacional; e o universo devota-se a tecer os fios do destino que nos conduzirão de volta ao amor que o originou.
Assim, te reencontro pela primeira vez a cada centena de anos, para tornar-nos a florescer o éter da vida. Somos a essência de tudo o que há, e quando inflamo tua alma e incendeiam-se nossos seres, tudo arde em nosso fulgor.
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