Meu amor, minha Catherine,
O ar escapa aos meus pulmões ao pensar em ti, então eu nunca mais consegui respirar. As palavras faltam ao escrever nesse abismo vazio e intolerável. Uma parte de mim foi arrancada e está agora flutuando, eternamente fora de alcance.
Como posso eu continuar assim, morto-vivo, restos putrefatos de um homem? Minha alma foi banida da Terra no instante em que a sua libertou-se do seu corpo no seu último suspiro. Porque eu te amei, te amei, terrível espelho deslumbrante de mim mesmo. Mas agora, enquanto a dor e o ressentimento crescem em mim como uma doença incurável, eu mal consigo lembrar o que era o amor, senão um fantasma que um dia existiu e agora corta o vento em assobios nas noites mais frias quando ouço você me chamar.
Odeio você por tê-la tirado de mim, Catherine, por ter arrancado do meu infame espírito a sua companhia. Eu a abomino por todas as coisas que não fizemos, por todas as palavras que não dissemos, por todas as oportunidades que não aproveitamos. Detesto-te por me deixar sozinho neste mundo opaco e sombrio sem tua valentia e petulância. Eu guardo rancores pelo fato de que, mesmo em minha raiva e minha dor, eu ainda te amo mais do que tudo o que há, mais do que a soma de todas as coisas que já existiram e que ainda aguardam para existir no futuro.
Mas eu também te perdoo, Catherine. Eu perdoo você por todas as escolhas que fez, por toda a dor que me causou. Sua perversidade é como um reflexo da minha própria. Eu perdoo você porque sei que você também sofreu ao golpe da despedida e que espera-me pela eternidade.
Eu anseio o dia que, de alguma forma, nos encontraremos de novo. É a única coisa pela qual ainda vivo, pela esperança de que a qualquer instante acordarei deste tormento pesadelo e a encontrarei entrando pela porta da sala, e não apenas seu espectro à janela, ou o definitivo momento que serei colocado ao seu lado sob o solo de Gimmerton.
Até lá, eu continuarei amando você, minha Catherine, incondicional e eternamente.
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