Sentir é difícil, saber sentir, mais ainda

Se te escrevi cartas e dediquei canções demais, peça-me qualquer coisa, só não que eu cesse tanta poesia. Se pedires paz, reservo-me a estas folhas manchadas e escondo de ti os meus garranchos, existirão então sem teu nome endereçado.

Levaste-me a lugares que eu nunca tinha conhecido, de beijos inéditos e detalhes secretos. Eu prefiro o ar condicionado desligado e você odeia o calor. Em qualquer temperatura, declara o vício ao meu sorriso.

Eu falaria da mesma memória por 16 horas; esgotaria todos os cheiros, versos e suspiros ouvindo sua versão do mesmo toque. Uma noite sem chuva, sem televisão, fez sol sob a lua. Mas só escuto silêncio.

Sussurros distantes que, talvez, compartilhemos da mesma nostalgia.

O que me faz declarar sem parar, neste impulso desenfreado de palavras que fogem dos meus lábios, é o mesmo que te cala; esse nervosismo sufocante. Dentro de mim, o não dito se preenche de delírios da minha paranoia. E nela, você não lembra de nada.


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