Tudo queima em mim

Os dias se sucedem em uma monotonia infinita. Os sol recusa-se a brilhar incandescente e se reserva a uma luz fria e opaca. É inverno o tempo todo nesse canto da cidade, nessa rua deserta, virando á direita do meu peito.

O desejo sussurra lamentos silenciosos e seu silêncio é mais agudo que qualquer grito. Os risos, outrora fumegantes, são agora estrelas caídas que queimam com uma intensidade superficial.

Meu juízo vagueia como fantasma errante em busca de algo que foi perdido, algo que nunca pode ser encontrado novamente.

Se coubesse em mim alguma pretensão de ser mais do que me digo que sou, seria qualquer outra coisa, menos eu agora. Eu do passado, eu em outro futuro — mas não este.
Se houvesse algum,
talvez fosse, seja, diferente.
[…]
há de haver

algum outro futuro para mim.

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