
As palavras me fogem dos lábios, embargadas em choro engolido e frenesi.
Na cama de 138x180cm cabe o mundo inteiro entre nós e mal cabe nós dois. Grito por seu nome, debato-me e imploro por você na minha meia presença. Você não me escuta, impassível ao meu tormento. Tive um pesadelo, acordei, mas não foi de verdade. Ainda durmo e ele continua. Não ouviu quando te chamei outra vez?
Meus versos morreram sufocados na caixa torácica que guarda o meu peito. Estrofe por estrofe, veladas rimaticamente na canção da poesia finda.
Não restaram vocábulos suficientes no dicionário para continuar a escrever as mesmas prosas puídas de clichê. Questiono à minha máquina de escrever como hei de extinguir a distância entre minha carne e este meu espírito atribulado e, assim como eu não aprendi a curar, ela também não sabe a resposta.
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