Névoa fria e azul de melancolia vazia


Parece que se passou em outra vida a última vez que abri as cortinas e o sol, com muito prazer, tocou minha pele sem que eu fugisse de seu calor. E provavelmente foi mesmo uma vida passada, antes do mundo e da minha mente virarem de cabeça para baixo.

É possível não perder-se no labirinto do caos depois de já ter se afogado neste tantas outras vezes? É conhecido que a prática leva a perfeição, mas se você continua praticando errado, isso só te conduz à dominação da arte do desastre.

Essa solidão sem saudade é estranha. Ela vem e esvazia a dor da ausência e a nostalgia do toque suave, sem fazer questão de deixar nada no lugar. Só silêncio e uma névoa fria e azul de melancolia vazia.

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