O perfume bucólico das plantas recém irrigadas pela chuva é mais uma sensação distante que em mim se despeja, mas sequer é percebida. O sol, que nasce no horizonte, da mesma janela que sopro a fumaça do meu sexto cigarro, tampouco consegue um suspiro da minha atenção.
Meus olhos estão lá, mas meu cérebro recusa-se à tarefa de processar meus sentidos. Isto desde que o reflexo cínico do outro lado do espelho tomou para si os escombros da minha existência e fez da minha imagem um amargo desconhecido.
Assisti, assim, extinguir-se o último sopro de vida deste olhar irreconhecível.
Todas as futuras histórias e memórias, enterradas junto à alma desse corpo desabrigado — que respira fisicamente, mas sufoca o âmago em agonia.
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