Quarentena e devaneios


Algumas epifanias vem do sol. Despretensioso, traz outra manhã e avessa as certezas da noite anterior. Tem alguns dias mais pesados que outros. Dias que levantar da cama consome uma energia além da que disponho e, rendida, permaneço ali, de olhos fechados, existindo. Outros, a luz que invade as persianas alimentam meu espírito e acordo pronta para correr uma maratona de 20km (emocionalmente, é claro, porque o condicionamento não me permitiria).

Tudo ainda está no mesmo lugar, eu é que enxergo diferente hoje. Amanhã posso estar revirada novamente pelas centelhas do tempo. Mordida e debruçada nas lágrimas engolidas. Hoje, distraí-me. Cantei Fagner para a lua e dancei os pés descalços no chão frio à Édith Piaf.

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