Conheço apenas o toque da tua mão

Acordei com a saudade queimando na pele, do toque dissimulado da tua mão resvalando a minha, esvaindo do meu corpo todos os sentidos que não envolvessem você. Inspirava unicamente os eflúvios exalados pelos teus poros, chegava aos meus ouvidos apenas que a ternura da tua voz, e vislumbrava somente o fulgor que mora nos teus olhos cor de terra fresca. Nos lábios, senti o sabor que imaginei pertencer à tua boca.

Decidida a jamais sorver outra taça na vida, bebi do teu fascínio em doses embriagantes nessa doce projeção da tua presença. E jamais tive ressaca. No dia seguinte ardi apenas em lembranças tuas e desejei dobrar o espaço tempo para cortar a distância que mantém meus braços longe dos teus, curvar a eternidade às nossas juras de amor. 

E agora, ao despertar desse transe mélico, mesmo longe, tudo em mim te reconhece. O mundo ao meu redor se enche de ti, como uma memória viva que se entrelaça ao presente, perpétua e pulsante, como se cada batida do meu coração ecoasse o teu nome.

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