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Não sei blefar, revelo todas as minhas cartas para ti, na mesa, são suas. Sou sua se quiser. Geralmente quer. O suficiente para ganhar a partida, mas não para ficar uma vida inteira. O suficiente apenas para revirar os olhos e perder a respiração, mas nunca andar de mãos dadas na rua.
Eu queria que por um segundo você tivesse tanto medo de me perder como eu tenho de ficar longe de você. A distância rasga minha carne, como se o âmago dentro mim se despedaçasse, preso em um corpo sem o seu toque.
“Você me guardou como um segredo e eu te guardei como um juramento sagrado”, cantei versos de todas as músicas que falam sobre nós para você. Não sei se escutou.
Agora tudo queima, incendeia e se derrama no meu peito. Nada ficou no lugar, os retratos escondidos, as cartas escritas à mão, não sei porque ainda os guardo. Agora arde em mim a ausência de respostas, de conversas, de abraços, de adeus, de você.
Só agora.
Amanhã um pouco menos.
Depois menos ainda.
Até não restar mais nada, nenhum fragmento de nós dois.
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