Porque eu encontrei você


Eu sempre acreditei em almas gêmeas, a outra metade atraída pelo reflexo de si mesma. Imaginei que meu outro eu andava por aí e que assim que destinava-se o amor. Até encontrar você, o melhor oposto de mim. Ainda que tão diferentes, a identificação imediata veio desde a primeira vez que colocamos os olhos um no outro. Como se não houvesse nada que não pudesse ser dito, como se, ao pé do teu ouvido, pudesse confessar tudo, até mesmo o silêncio.

Eu sou efusiva, eu falo alto e gargalho até doer a barriga. Entro em discussões comigo mesma e falo sozinha o dia inteiro. Você é calmo, observador e até um pouco tímido, mas divertido. Você ri com a mão na boca encolhendo os olhos e cabe dentro do meu abraço. Você se encanta por coisas que eu nunca tinha reparado até você me mostrar. Desde a pinta no canto da minha nuca à lista de supermercado que fazemos juntos te emocionam.

Tuas diferenças me presentearam com a metamorfose da minha alma lagarta à borboleta, que alimenta-se do néctar dos teus beijos. A multiplicidade das nossas divergências é o que faz desse fenômeno que somos eu e você tão raro. Encontro extraordinário do destino. O que seria do mundo (que existe no meu peito) sem o deleite do teu amor? Tenho os pés no chão mesmo voando até as nuvens em formato de constelações porque encontrei você.

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