Sou amaldiçoada pelo meu próprio âmago melancólico

Sob o quimérico delírio dos meus personagens, desapareceu o lampejo fumegante da minha euforia.

Na monotonia dos passos arrastados, no sono que nunca morre, na relapsa atenção ao que se passa fora da minha cabeça, estão os sinais do meu, tão familiar, colapso. Sua frequência já não surpreende. Sequer acredito lembrar-me de algum outro estado de espírito, algum que não asfixiasse minha existência silenciosamente.

Cinicamente plagio minhas metáforas e poesias diante da redundância do meu desconsolo, subjugada aos meus ciclos viciosos de comportamentos cataclísmicos. Sou amaldiçoada pelo meu próprio âmago melancólico.

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