É o segundo texto que finjo não ser para você e que vais ler e jogar fora a carapuça.
Eu soube que estaríamos exatamente aqui desde a primeira vez que trocamos meia dúzia de palavras, embora dissimule o inesperado destino.
Subjugo-me mais uma vez aos meus impulsos e vícios, te intrigo e brinco com nossas mentes sem nem perceber. Contunde meu coração perceber que estou repetindo a mesma canção estridente pela septuagésima vez — em todas elas a orquestra sangrou, em cada uma delas, despedacei-me.
Mas dessa vez quero chorar. Porque sua ausência já me causa melancolia, sua voz já desperta-me lascívia e às vezes eu sinto um ímpeto quase irrepreensível de te beijar.
Não é possível que eu ainda não tenha aprendido,
que ninguém pode entrar.
Porque toda vez que alguém se vai,
me leva junto.
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