Eu vou dizer que nem sei para onde ir, que já trilhamos tantas vezes essa mesma estrada e no final de tudo o fim era só um vazio.
Um vazio que cabia você e eu. Eu, esperando por alguém que sei não irá cruzar o caminho de volta. Você, esperando o tempo certo que nada mais é do que uma sucessão de incertezas. Eu me vejo caindo, caindo no buraco obscuro da alice novamente. Fico cada vez menor, porque o que há de você em mim se parte a cada tragédia.
Amor, a tragédia somos nós. Esse espetáculo você não soube encenar. Não quer atuar mais uma vez? Eu perdoo o ensaio ruim, faz-me palco de tuas danças outra vez. Eu aceito esse tango à meia-luz. Você conduz? Eu alinho os nós dos meus dedos aos teus e te cravo em mim.
Se decidir acreditar, o teatro acaba hoje. Que não venha substitutas. Que não me mandem uma cópia infiel de você. Eu quero a minha Estrela, o único ponto de luz capaz de criar asas e voar, pegando pouso como se fosse uma borboleta.
Voa para cá, bate essas asas em mim. E, dessa vez, não nos deixa morrer em silêncio. Se teu vôo faz barulho, seja ópera e encerra esses sussurros.
0 comentários