A paranoia ela nasce e morre em minha própria cabeça. Para além da psicologia, ante a meu embasamento nada científico e inteiramente poético, esta existe apenas num terceiro plano, distante da realidade, embora apresente consequências legitimamente concretas. Como a latente náusea no meu estômago em repulsa ao meu próprio cerne. Como as ásperas palavras que fogem dos meus lábios estridentes, em resposta à uma questão mal resolvida dentro de mim, que emaranha-se com meus delírios e sucumbe-me ao náufrago desespero.
Minhas conclusões são alienadas, insensatas e obsessivas. Minha arrogância afoga-me (ironicamente) na minha singular ilusão, insana e equivocada. A perseguição esquizofrênica é conscientemente impostora e, ainda assim, perturba-me, rouba meu sono e destrói aquilo que toco. Portanto, não toco. Enclausuro-me na minha distopia e desencanto-me sozinha.
Minha sanidade morreu antes mesmo que pudesse conhecê-la. Não recordo-me de algum momento que tive certeza, não sei qual a última vez que soube discernir o real e o ilusório; sempre houve uma tênue neblina que borrava sua diferença e os sonhos sempre foram metade do que sou. Escrevo sobre amor e nunca soube amar. Escrevo sobre escrever, e que diabos de metalinguagem é essa? Escritores são todos loucos, eu espero que sim. Porque rasgaria-me a alma saber que sou a única.
Dá-me uma pílula contra loucura, antes que eu esqueça que ela está aqui.
"Dá-me uma pílula contra loucura, antes que eu esqueça que ela está aqui. "
ResponderExcluirEu amo a sua escrita e jamais cansarei de enaltece-la. Essa sensação de quase tragédia que seus textos sempre me passam é indizível!
Gratidão por compartilhar sua arte com o mundo. <3
Carinho,
Yasmin.
www.entremcc.blogspot.com
Muito obrigada mesmo, pelo carinho!
ExcluirGratidão a você!
Mil beijos,
Beca.