Inércia


Hoje me parece um belo dia sutilmente ocioso para fazer o grande nada. Escutar música e quem sabe, tentar escrever, o que, por acaso, nos últimos dias tem sido um problema, conseguir escrever. Estou começando a acreditar que a cada dia que passa eu perco mais a mão disso aqui, das palavras. Meus dedos cansaram de manipulá-las, as sílabas parecem desconectas e os assuntos não fluem mais. Não me surpreende o público praticamente inexistente.

Queria escrever sobre coisas importantes, contar o que ninguém mais quer saber e que assim, eles queiram (saber). Suponho que minha mania de enflorescer as letras deixa tudo meio banal, leve e desinteressante. Estou tentando parar com o "acho", embora ocasionalmente a palavra me escape. Acabei de perceber que tenho também a terrível mania de acrescentar fatos aleatórios em parágrafos que não os cabem. Bem como, começar um texto com um suposto rumo e tomá-lo em outro completamente desconecto, qual é o sentido disso afinal?

De alguma forma, há pensamentos demais aqui dentro, nos meus dedos, nas minhas curvas (cerebrais), na minha alma. Há tanto a ser refletido, em algum momento isso acaba fugindo, e sorrateiramente eu exponho coisas que ninguém quer saber - e que continuarão sem saber -, mas que me faz bem por para fora. Como toda essa baboseira sobre como eu não escrevo bem ou sobre algo bom. Tanto faz.

Me perdi, me perdi de mim; e escrever tornou-se a única forma de me encontrar.

3 comentários

  1. Meus textos são isso aí. Por isso que as pessoas lêem um texto em um milhão dos que faço. Pois este é o que sai "bom".
    Obs.: acredito que lêem não tem mais acento, mas o celular que dita as regras aqui.

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    1. Entendo você e adoraria ler seus textos, se quiser me mandar seria um prazer!

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    2. O último que foi pro mundo você leu, e até comentou um "Fantástico!".
      Depois eu percebi que nossa escrita as vezes é bem parecida.

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