culpas inafiançáveis

Eu não poderia te contar todos os terríveis pensamentos que atormentavam minha mente enquanto eu dava risada com você no telefone. Seu oceano escuro e profundo evocou epifanias da minha própria narrativa; enquanto ouvia os seus traumas, revirava os meus. E não posso dormir depois de te dar boa noite. Mesmo antes de você, eu nunca adormeci.

Porque corroo-me em culpas e fracassos que devoram minha carne e já não tenho mais alma.

É quando a lua ocupa o lugar do sol no infinito estrelado, que meus demônios sussurram no meu ouvido todas as coisas que jamais poderei esquecer e, em vinte anos, ainda arderão no meu estômago. Liberdade é um privilégio que minha memória roubou no momento que decidiu existir e fez de mim sua prisioneira incondicional.

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